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Resenha: Diário de Uma Escrava - Rô Mierling


[RESENHA]

1 - Quando eu vi esse livro eu pensei que era sobre uma escrava de trabalho mesmo, igual nos tempos de Isaura, eu não me atentei que era de uma escrava sexual.

2 - Quando eu descobri que era uma escrava sexual, eu já pensei que era uma rede de escravas onde elas eram vendidas para homens ricos. “Nossa Malu, porque você pensou isso?” NÃO SEI, MAS PASSOU PELA MINHA CABEÇA! Hahaha.

Fiquei maluca, com tique nervoso e crise de ansiedade para ler esse livro, ainda mais depois que descobri todas as referencias que a autora usou em sua escrita.

Em cada parte do livro, eu imaginava as referencias que ela usou, como filmes, noticias, etc. E o melhor de tudo é você ver que uma autora realmente pesquisou, estudou e foi no fundo da “coisa” para escrever um livro que deixa a gente sem unha de tanta emoção (e não é emoção no bom sentido, é como uma agonia sem fim).

Laura, a Ursinha, foi sequestrada pelo Ogro e estava com ele já havia 04 anos. Ele deixava a menina em um buraco com dois baldes, um com água e outro para ela depositar as suas necessidades fisiológicas.

As cenas de estupro nem precisa ser tão comentadas, que elas acontecem o tempo todo e com base nos filmes que eu vi, e casos que li, eram tão reais que eu sentia um pouco da aflição daquela menina que estava sequestrada.

Fora toda a tortura física, não pode deixar de contar a psicológica, que é tão forte quanto.

O Ogro era um cara comum, ele não tinha dinheiro, ele não participava de uma rede de pedofilia, ele não tinha "traços externos" que fizesse qualquer pessoa pensar que ele era realmente um torturador, abusador, um homem com grandes problemas psicológicos.

Pequeno Spoiler: Ogro, que se chama Estevão, era CASADO, em alguns momentos até frequentava a igreja, que é onde ele analisava a Ursinha.

Quando a autora descrevia os pensamentos da Ursinha, eles eram tão reais e faziam tanto sentido que eu precisava contar o que eu achava para todos os meus amigos, passar a minha opinião de como aquilo era sério e em como o ser humano é capaz de mudar todo seu comportamento com base de onde ele vive (Isso é muito louco, né?)

Um exemplo, quando o Ogro dizia: “Ninguém mais procura por você, quem vai querer você assim? Apenas eu amo você, só eu vou cuidar de você.”

EMPATIA! Se coloquem no lugar da menina. Você esta a 4 anos longe de casa, não vê a luz do sol, não tem contato com nenhum outro ser, a não ser o Ogro. Se você grita, ele te bate. Se você ceder a todas suas vontades, ele te trata bem. O que você faz? Óbvio que o instinto de sobrevivência faz com que sejamos manipulados e propensos a aceitar aquela condição.

Por isso, esse livro faz pensar!

Claro que existem outros conflitos, partes que deixam a gente com o coração disparado e querendo saber o que vai acontecer, mas isso eu não conto, porque senão perde toda a “essência” da leitura.

[SINOPSE]

Laura é uma menina sequestrada e jogada no fundo de um buraco por alguém que todos imaginavam ser um bom homem. Ela vê sua vida mudar da noite para o dia, e passa a descrever com detalhes sinistros e íntimos cada dia, cada ato, cada dor que o sequestro e o aprisionamento lhe fazem passar. Estevão é homem casado, trabalhador, pai de família, mas que guarda em seu íntimo uma personalidade psicopata. Ele percorre ruas e cidades se apossando da vida de meninas ainda muito jovens, pois dentro de si uma voz afirma que é dele que elas precisam. Mergulhando fundo nessa fantasia, ele destrói vidas, famílias e sonhos, deixando atrás de si um rastro de dor e morte. Narrado em parte em forma de diário, o livro acompanha mais de quatro anos da vida de Laura em um buraco embaixo da terra, período em que algo dentro dela também se modifica de uma forma inimaginável em busca da única maneira para sobreviver. Publicado originalmente na plataforma digital Wattpad, onde já teve mais de um milhão e meio de leituras, DIÁRIO DE UMA ESCRAVA apresenta um retrato duro, cruel, abominável, mas infelizmente corriqueiro no Brasil e em todo o mundo. Através de Laura, raptada ainda adolescente por um homem que ela chama de “Ogro”, a autora denuncia os diversos tipos de violência que muitas mulheres são obrigadas a suportar em silêncio e nas sombras da sociedade. O “Ogro”, um homem aparentemente comum, honesto e “acima de qualquer suspeita”, mantém Laura presa em uma casa afastada, onde abusa dela sexual e mentalmente, alegando ser ela o seu verdadeiro amor. Laura, compreensivelmente, só pensa em escapar dali. Mas agora ele parece estar mudando. Será que é o melhor momento mesmo para fugir?... Bem, isso você vai ter que ler para descobrir.

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