Resenha: Não conte para a Mamãe - Toni Maguire
- Malu Oréfice
- 20 de jun. de 2016
- 4 min de leitura

Hoje a resenha é FORTE e não tem NADA DE ROMANCE!
O livro Não conte para a mamãe,conta a história de Antoinette, uma menina que desde os seus 6 anos era abusada sexualmente pelo seu pai.
O livro é em primeira pessoa, o que faz com que entramos na história e sentimos raiva e compaixão pela personagem.
Sim, ele é baseado em fatos reais, o que aumenta em uma porcentagem inimaginável o nosso nível de ódio do pai, e claro, da vadia da mãe.
Vamos a resenha, que contem spoilers (mas nada que atrapalhe ou estrague a leitura)
Foi nesse dia que começou o nosso jogo; o jogo chamava-se “o nosso segredo”, e ele e eu haveríamos de o jogar por mais sete anos.
Começo com uma opinião extremamente particular: QUE TIPO DE VAGABUNDA É A MÃE QUE NEGLIGENCIA SEU PRÓPRIO FILHO? Sim, existem muitas piranhas assim, e eu digo isso com a maior convicção do mundo!
O livro conta com muito detalhe a infância de Antoinette, como ela se mudava muito de casa, como era seu relacionamento com seus pais e parentes próximos, suas relações intrapessoais, etc ...
A Toni (que é a nova Antoinette) começa o livro no hospital, cuidando da piranha da mãe dela que esta no bico do corvo já, e as memorias da pequena menina que ela foi vem sempre para assombrar sua vida.
Como se fosse uma elipse, ela vai se lembrando das coisas que aconteciam em sua infância e relatando isso com muitos detalhes.
O abuso começa aos 6 anos, SEIS ANOS! Quando seu pai à leva para um passeio de carro, levanta sua camisola e VIOLA SUA FILHA sem um pingo de pena, e isso ocorre por ANOS e claro, que ele abusa do psicologico da pequena Antoinette, dizendo à ela para não contar a sua mãe, que ninguém vai acreditar nela e o PIOR, PQ ESSA MERDA TEM COMO PIORAR: VOCÊ GOSTA DO QUE O PAPAI FAZ COM VOCÊ, NÃO GOSTA?!
Separei uns pedaços do livro que eu achei bem forte:
Pela primeira vez em muitos meses, senti que era bonita e, animada, exibi a minha nova aparência à minha mãe. A sua fúria pareceu nascer do nada ao arrancar-me a fita do cabelo. - Diz à professora que eu sei muito bem vestir a minha filha - ripostou ela, visivelmente furiosa. Fiquei perplexa. Que é que fiz de mal, perguntei, sem obter qualquer resposta.
A vadia Mãe de Toni não deixava que a filha tomasse banho, penteasse o cabelo entre outras higienes básicas, sabem porque ? Porque a VADIA SABIA o que o pai fazia com a filha e quem sabe a deixando mais feia, o pai não tivesse interesse sexual na menina.
O que irritava era como a Toni ia decaindo em amor próprio, o que claro, era inevital, era APENAS QUERIA O AMOR DA MÃE, e ela amava sua mãe mas que tudo no mundo e os melhores momentos de sua vida era quando sua mãe cuidava dela, mas chega a hora que isso se torna escasso, mostrando mais uma vez como tem mães vadias no mundo
Aos dez anos, deixei de esperar que as pessoas gostassem de mim.
Alem de todo o mal que o pai fazia, ele abusava emocionalmente de Toni, fazendo com que ela se sentisse sempre triste e rejeitada em sua vida:
Nas noites em que chegava cedo a casa, enroscava-me no sofá com os cães aos pés e abria um livro. Muitas vezes, ao ler histórias de crianças que eram amadas e acarinhadas pelos pais, as lágrimas escapavam-se dos meus olhos, deslizavam-me pelas faces e davam ao meu pai a oportunidade de que estava à espera. Levantava os olhos. - Porque é que estás a chorar, minha menina? - perguntava. Eu procurava evitar o olhar dele, murmurando: - Por nada. Nesse momento, ele levantava-se da cadeira, agarrava-me pelo pescoço, sacudia-me e depois batia-me, normalmente nos ombros. - Pois então - dizia em voz baixa -, agora já tens motivos para chorar, não tens? A minha mãe não abria a boca. Desde então, deixei de ler histórias infantis sobre famílias felizes.
TODOS negam ajudam a Antoinette. Pessoas acham que ela queria aquilo e pensavam se ela num gostasse daquilo, ela deveria ter denunciado antes, e no final o pai dela estava certo "Ninguém vai acreditar em você" ...
Eu sofri, eu fiquei com minhas pernas bambas sentindo tudo que ela sentiu, tem coisa bem pior que acontece com a doce Antoinette que faz com que tenhamos vontade de fazer justiça com as próprias mãos, e a minha consideração final é: A mãe dela é tão culpada quanto o pai!
SINOPSE
A frase que dá título ao livro de Toni Maguire, Não conte para a mamãe, poderia ser uma pacto ingênuo entre dois irmãos ou uma brincadeira entre crianças. Infelizmente, não é o caso. Na verdade, é a ameaça sofrida pela autora durante os quase dez anos em que foi violentada pelo próprio pai. Quando aconteceu pela primeira vez, a pequena e inocente Antoniette tinha apenas seis anos. Apesar da tenra idade, tudo ficou gravado em sua memória, o tempo nada dissipou: os detalhes, os sentimentos, a dor. Foi a primeira de muitas, incontáveis vezes. Não conte para a mamãe, de Toni Maguire, desvela a comovente história de um infância idílica que mascarava uma terrível verdade.
Comentarios